Este espaço, agora criado, vai funcionar como uma espécie de sótão onde se vão amontoando coisas velhas, usadas e outras que se guardam por questões sentimentais. É assim uma espécie de "santuário" onde me refugio de vez em quando, onde recordo o passado, onde vivo o presente e onde tento esquecer o "amanhã" ou essa inexorável lei da vida...
domingo, 29 de abril de 2012
OS MEUS NETOS
Meus netos sempre sorrindo
São meu alegre evangelho:
Musgo verde revestindo
De esperança um muro velho!...
sábado, 28 de abril de 2012
A D A N ÇA
SENHORAS E SENHORES,
Eu vos saúdo!
Vão Vossências ouvir antes de tudo
O que venho anunciar neste momento.
É possível que em vosso pensamento
Surja a ideia horrível dum monólogo.
Mas não! Eu sou o prólogo!...
Vão ouvir música, só música,
Ritmos variados, diferentes,
Endiabrados,
Dolentes…
Ides esquecer por momentos
Tristezas, aborrecimentos
Tudo o que vida tem de mau:
O custo da vida elevado,
O calor exagerado
E o preço do bacalhau!
Várias danças ides ouvir:
Valsas, boleros, cha-cha-cha,
Os tangos sentimentais,
Rumbas, foxes, twistes
E a dança dos canibais.
Danças modernas
Com contorções
Que fatigam as pernas
E os corações…
Um, dois, três
Pé esquerdo à frente
Meia volta p’rá direita
Bate as palmas uma vez
Tudo dança minha gente!
Dança o rico, dança o pobre
E tudo anda contente.
Esta vida é uma dança
Que gira sempre e não se cansa
Ora altiva, ora indiferente.
Dançam velhos, dançam novos
P’ra dançar não há idade
A velhice,
Não existe
O que conta é a mocidade.
Vou-vos deixar
A orquestra vai tocar
Executando música a primor
A dança é vida, a vida é dança
Maestro!... Faça favor!...
O ESPIGUEIRO
A fotografia mostra um
espigueiro, uma construção muito característica dos meios rurais, mas que,
infelizmente, está em vias de extinção.
O espigueiro, na nossa região era
construído em granito e madeira e, geralmente coberto com telha. Quatro, seis
ou oito pilares em granito sustentavam a construção que, normalmente, tinha
duas portas, uma em cada extremidade. O corpo era feito com uma espécie de
aduelas e uma frincha entre elas deixava entrar o ar e o sol que faziam secar
as espigas. Constituía uma espécie de celeiro onde o lavrador guardava as
espigas depois de serem colhidas nos milheirais.
Ali ficavam, secavam e eram retiradas
conforme as necessidades do seu proprietário. Logo ao lado estava a eira, um espaço
construído com lousas onde as espigas eram descamisadas quando chegavam das
propriedades e que serviam depois quando secas no espigueiro, para a malha ou
extracção do grão da maçaroca.
Houve um tempo em que o milho era
a base da alimentação dos habitantes dos meios rurais. Porém, como tudo o que
diz respeito à agricultura, também o espigueiro está em vias de extinção. Os
que ainda resistiram ao “progresso” aí estão como uma espécie de monumento sem
história para os mais novos, mas repleto de lembranças para os mais velhos que
aí guardavam o pão para todo o ano. Pão granjeado com muitas canseiras, muito
suor, sempre sujeito às inclemências do tempo que por vezes num instante
destruía o trabalho de um anos. Mas o lavrador nunca desistia, trabalhava
sempre na esperança de ter boas colheitas. Era um tempo em que não havia
subsídios e por isso o pão tinha outro sabor…
domingo, 15 de abril de 2012
VERDADES SEM MÉTRICA
Frustração, Desencanto, Desilusão….
Tanto desejo
Insatisfeito,
Tanta mágoa,
Que se esconde
No nosso peito!...
Risos e sorrisos
Lágrimas disfarçadas
Dores estranguladas
Ao nascer!...
Alegria,
Hipocrisia,
Falso pudor…
Como nas farsas
As falsas chalaças
Dum mau actor!...
E um dia quando a máscara cair
Muito enrugada de tanto fingir,
Desce o pano, apagam-se as luzes!
Escuridão nos caminhos!...
Rir ou chorar
Pouco importa.
Fechou-se a porta
Estamos sozinhos!...
Tanto desejo
Insatisfeito,
Tanta mágoa,
Que se esconde
No nosso peito!...
Risos e sorrisos
Lágrimas disfarçadas
Dores estranguladas
Ao nascer!...
Alegria,
Hipocrisia,
Falso pudor…
Como nas farsas
As falsas chalaças
Dum mau actor!...
E um dia quando a máscara cair
Muito enrugada de tanto fingir,
Desce o pano, apagam-se as luzes!
Escuridão nos caminhos!...
Rir ou chorar
Pouco importa.
Fechou-se a porta
Estamos sozinhos!...
terça-feira, 10 de abril de 2012
RENCONTRE AVEC LE PRINTEMPS
Ce matin
Au détour du chemin
Je rencontrai le Printemps
Vêtu comme un marquis, il avait mis
Des fleurs à son chapeau
Des fleurs à son manteau
Et même sur son dos.
Les unes blanches semées de rouge
D'autres mauves
Et d'autres rouges et d'autres bleues
Quelle joie c'était pour mes yeux !
Et je lui dis "Tu es merveilleux"
Et il me regardait
Et il riait, et il riait !
Et ses yeux étaient comme deux fleurs de lumière
Parmi toutes ces fleurs printanières.
Et il s'en fut par le chemin.
En chantant quelque chansonnette.
En sautant un peu sur un pied
Et puis un peu sur l'autre pied,
Comme font les enfants joyeux
Quand ils s'entraînent à quelque jeu.
Et je le vis disparaître au loin,
Avec des fleurs sur son manteau
Avec ses fleurs sur son chapeau.
Et il a ainsi parcouru le monde
Pimpant, joyeux et tout fleuri
Et le monde entier lui a souri.
Henriette Ammeux-Roubinet
Au détour du chemin
Je rencontrai le Printemps
Vêtu comme un marquis, il avait mis
Des fleurs à son chapeau
Des fleurs à son manteau
Et même sur son dos.
Les unes blanches semées de rouge
D'autres mauves
Et d'autres rouges et d'autres bleues
Quelle joie c'était pour mes yeux !
Et je lui dis "Tu es merveilleux"
Et il me regardait
Et il riait, et il riait !
Et ses yeux étaient comme deux fleurs de lumière
Parmi toutes ces fleurs printanières.
Et il s'en fut par le chemin.
En chantant quelque chansonnette.
En sautant un peu sur un pied
Et puis un peu sur l'autre pied,
Comme font les enfants joyeux
Quand ils s'entraînent à quelque jeu.
Et je le vis disparaître au loin,
Avec des fleurs sur son manteau
Avec ses fleurs sur son chapeau.
Et il a ainsi parcouru le monde
Pimpant, joyeux et tout fleuri
Et le monde entier lui a souri.
Henriette Ammeux-Roubinet
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