É assim a vida. Tudo passa. As
coisas boas e as ruins. A vida é uma espécie de motor que não pára. Mas que
gira sem pressa, muito embora, de vez em quando, nos dê a impressão que ele
acelera de mais ou que quase pára, mas que mesmo assim e nessas mudanças de
ritmo nos faz sofrer ou ser felizes!
A vida moderna fez com que quase
todos nós – não de maneira radical, nem totalmente – sejamos obrigados a
reconstruir os nossos valores primordiais baseados noutro modelo diferente dos
velhos valores do passado.
É que a geografia da ética e do
moral, mudou de lugar e, em alguns aspectos, podemos até dizer que desapareceu.
Tudo mudou. E mudou de tal maneira, que até a solidão se tornou artificial –
basta um clique nas teclas de um computador para encontra o, ou a pretendente,
que embora não se conheça pessoalmente, se pode escolher para o resto da vida!
A entrada na glória da nova
modernidade requer sacrifícios bem mais possessivos dos que conhecemos no
passado. E logo desde pequeno. São tantos os “chamamentos” que a criança passa
logo da infância à puberdade e torna-se homem sem nunca ter sido rapaz…
A nós, os de idade mais avançada,
resta-nos a hipótese de mergulharmos nas profundezas de nós mesmos, de acordar
valores adormecidos, de os reformular e de os adaptar a esta era moderna. Só
assim poderemos viver e perdurar no presente como gente do passado.
Um passado que o presente jamais
consentirá a sua recriação. Há sol, há mar, há rios, mas cada vez há mais falta
de luz, de água. Cada vez somos menos gente e mais animais...