Não sei se convosco se passa o
mesmo, mas eu tenho dias em que sinto necessidade de mudar a rotina, e nesta
manhã de Domingo, 2 de Setembro de 2012, fui visitar o meu sótão e por entre
coisas antigas encontrei objectos diversos que usei há muitos, muitos anos.
Duas máquinas de filmar em 8mm –
uma Revere e uma Brownie de 1050 – um aparelho de cortar, um de colar a
película, um de rebobinar, um projector de filmes e um projector de slides, e ainda
uma caixa repleta de filmes e diversos diapositivos…
Mas toda esta “panóplia” de
velharias tem a sua história que vos vou contar:
Imaginem um casal de jovens, ela
de 20 e ele com 24anos, sós, nos confins de uma país africano num dos mais
recônditos locais sob a linha do Equador, calor tropical e sem quaisquer
contactos com o Mundo a não ser de quinze em quinze dias um barco vindo da
capital que lhes trazia alguns mantimentos e correio. Ali passava os dias
rodeado por plantações de borracha, café, fábricas de transformação e várias feitorias
com lojas de comércio espalhadas por uma imensa área da floresta equatorial. E
apareceu o primeiro filho. Depois o segundo. E havia que registar os seus
primeiros passos. Primeiro foi uma máquina fotográfica do tempo e um
“laboratório rudimentar” vindo da Bélgica, que constava de papel próprio, e dos
líquidos para revelar a película tudo acompanhado de um folheto com as
instruções. Ainda tenho fotos que revelei nos princípios da década
1950-1960!...
Depois foi uma Polaroid e em
seguida as máquinas de filmar de que acima falei e que hoje se chamam câmaras
de filmar!
As bobines dos filmes em 8 mm . eram enviadas para a
Bélgica ou para a África do Sul para revelar. A revelação era grátis, pois ela
já estava incluída no preço do custo das ditas. Quando vinham, eram colocá-las
na máquina de projecção e ver os meninos. Seguia-se a colagem dos filmes com os
respectivos cortes com a ajuda do aparelho próprio e eis grandes bobines para
ver e depois recordar. É o que faço hoje ao olhar toda estes “objectos”….