A minha crónica da semana
passada tinha a ver com factos explicados na reportagem inserida nessa edição
acerca da polémica que se instalou na União de Freguesias do Barreiro e Tourigo,
mormente com a tentativa de dissuadir o porta-voz do “Movimento Cívico do
Tourigo e Pousadas” de se pronunciar na Assembleia da Câmara Municipal.
Não vou entrar em pormenores
uma vez que a referida reportagem é bem explícita quanto aos factos que
motivaram o diferendo existente.
No entanto, permitam-me que
transcreva um pequeno excerto do que escrevi neste Jornal em 09 de Agosto de
2012: «…) Ora sendo a totalidade das Freguesias da mesma cor política
(PSD) tal como a Câmara, que detém a maioria, isso não tornaria mais fácil
encontrar consenso para propor ao Governo uma solução para o concelho, em vez
de receber dele o figurino com o seu corte e costura? A quem cabe a
responsabilidade da inacção? Quase apetece perguntar por onde anda a Comissão
Política Concelhia que detém as Freguesias? O Povo pode não ter cursos, mesmo
esses da era moderna, mas não é burro.»
E agora pergunto: Que razões políticas
ou outras motivaram a extinção de uma Freguesia com 600 eleitores e com todos
os serviços necessários à sua continuidade? Para quem não sabe, aqui fica um
“inventário” desses serviços: uma Igreja Matriz com Salão Paroquial/Casa
Mortuária; uma Escola Básica; um Jardim de Infância; uma Oficina de Serralharia
e Canalização; uma de Carpintaria; um Salão de Cabeleireiro Unissexo; duas
Padarias- a Touricon e a Regional; um Centro Social com Apoio Domiciliário e
Centro de Dia; um Centro Cultural e Desportivo com todos os Jogos da Santa Casa;
uma Caixa Multibanco; um Centro Cultural nas Pousadas; uma Empresa de venda de
leitões assados; uma Farmácia; um Restaurante; um Comércio de Mercearias e
outros; um Estabelecimento de Alfaiataria com um Pronto-a-Vestir; três Empresas
de Comércio de Madeiras; uma de Materiais de Construção; um Posto de venda de
Combustíveis; uma Zona de Lazer com Bar, piscina e pavilhão de eventos; um
Campo de futebol de onze; um Polidesportivo, Balneários bem apetrechados; uma
Associação Folclórica- AFERT, que tem promovido grandes e importantes eventos
com um Rancho e um Grupo de Cavaquinhos; uma Estação de Arte Rupestre no
Valeiro da Ferradura…e até um cemitério onde repousam os nossos antepassados e
para onde também iremos um dia.
O consenso a que então me
referia foi o que está à vista – a extinção pura e simples da Freguesia sem
sequer haver qualquer diálogo com as populações. Agora, politicamente, não há
culpados. E se alguém reclama o que lhe é devido, ainda tentam impedir que a
sua voz seja ouvida publicamente!
Comemoraram-se há pouco os
quarenta anos de Democracia. Mas qual Democracia? A do Povo ou a dos
políticos?....