REFLEXÕES
Somos, durante a maior parte da nossa vida, prisioneiros de
paradigmas, prisioneiros das leis que nos são impostas pela sociedade, pelas
leis dos homens e até mesmo pela lei de Deus por intermédio da religião.
Somos, enfim, não só prisioneiros de nós mesmos, mas também dos
outros. Com isto fica claro que estamos sempre aprisionados dentro dessa teia
de regras e preceitos, vivendo como que cercados por uma espécie de muralha
invisível.
É assim a vida de cada um de nós – uma espécie de prisão sem grades!
E quem tiver medo de transpor esses muros que nos cercam,
arrisca-se a ficar eternamente prisioneiro, acabando como mosca em teia de
aranha.
Torna-se, por isso necessário saltar a “barreira” não ter medo da
opinião dos outros, pôr de parte preconceitos, e sem infringir regras e
respeitar os valores que nos ensinaram, viver a vida com todas as nossas forças
e ser feliz.
Muita gente pensa que para isso é necessário fazer cruzeiros,
rumar a lugares exóticos, vestir roupa de marca, possuir uma fortuna, beber e
comer sem regras, viajar emoldurado em luxuosos automóveis, habitar em grandes
mansões, enfim, fazer ver aos outros que “têm”, quando afinal o mais importante
é “serem”.
Ser aquilo que realmente somos - não confundindo nunca o “ter” com
o “ser” - é uma das regras fundamentais para ser feliz. Dar valor a pequenas
coisas é um complemento a não esquecer.
E a propósito de pequenas coisas, há dias numa roda de amigos
festejava-se o aniversário de uma criança e cada um trazia a sua prenda.
E eram variadas. No entanto a criança confusa com tanto “objecto”
agradou-se de uma caixinha com um brinquedo electrónico, tirou-o, pô-lo de lado
e começou a brincar com a caixa, pondo-lhe dentro todos os brinquedos mais
pequenos espalhados pelo chão...
Já em casa, pensando no assunto, reflecti na naturalidade e na
criatividade interna daquela criança que, com ideias próprias, passou todo o
tempo entretida!
E se fossemos buscar a criança que ainda mora no nosso interior e
procurássemos também a maneira de sermos felizes criando nós mesmos sem
necessitar de ajuda alheia a nossa maneira de sermos felizes?