quinta-feira, 31 de março de 2011

OS FILHOS DA CUNHA

Os filhos da cunha são, geralmente, mal preparados, mandriões, e vaidosos. E mesmo quando protegidos por um “canudo” à guisa de bóia de salvação, nem assim conseguem flutuar e disfarçar a sua incompetência. Os filhos da cunha têm acesso aos tachos mercê da influência de um amigo, de um compadre, de um condiscípulo ou até mesmo da amásia de um primo do presidente ou do director-geral. Raramente entram por dinheiro, mas a sua entrada fica registada e mais tarde pode ser-lhes pedida uma contrapartida que varia conforme o sexo. Os filhos da cunha vivem bem, não têm preocupações, dormem a sono solto, não têm necessidade de contar as moedas pretas e, no fim do mês, recebem um salário que não merecem, mas que lhes é devido pelo seu estatuto de funcionários do “Instituto da Cunha”. Têm gabinete próprio, uma extensão telefónica, uma mesa a abarrotar de papéis que uma filha da cunha lhes traz diariamente. Mas que não consultam… Ali ficam até que os interessados os reclamem. Quando não, catrapus, lixo com eles!... Os filhos da cunha têm um estatuto próprio e o seu protector ou protectora asseguram-lhes uma impunidade absoluta. Geralmente não entram em conflitos, não trabalham, mas também não têm opinião. Os filhos da cunha são subservientes e bajuladores na presença do protector, mas críticos e mal-agradecidos na sua ausência. Os filhos da cunha são, regra geral, adeptos de um clube de futebol da primeira divisão, mas em ambiente desconhecido nunca denunciam, por questões que lhes foram impostas, a sua verdadeira cor clubística – é de bom-tom agradar a gregos e troianos e nunca provocar discussões que conduzam a indagações sobre a maneira como entraram para a Instituição. Os filhos da cunha, no capítulo da política, usam o método camaleónico: mudam de cor conforme mudam as ideologias – dizem com todos, quer seja com os que estão no Governo, quer com os que lhes fazem oposição. E é por isso que, geralmente, sobrevivem a todas as mudanças de regime embrulhados nas suas capas furta-cores. Os filhos da cunha não são, no entanto, todos iguais. Uns são mais espertos do que outros. Enquanto uns se acomodam e se contentam com o lugar e vencimento que têm, outros tentam voar mais alto e chegam a atingir grandes altitudes…. Os filhos da cunha são cada vez mais e encontram-se por todo o lado, mas em maior número nas grandes empresas, nas autarquias, nos hospitais, nas direcções-gerais e até mesmo nos ministérios. É uma “praga” difícil de exterminar, porque muitos deles, entretanto, vão procriando e, assim, os filhos da cunha nunca acabam…

quinta-feira, 3 de março de 2011

« NOITE DOS ABRAÇOS» NA ACERT




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Por iniciativa da Associação Cultural e Recreativa de Tondela – ACERT – teve lugar na noite do passado dia 24 de Fevereiro, no espaço Bar Novo Ciclo daquela Associação, um encontro de amigos que se traduziu num Hino à Vida de que foi alvo o nosso Companheiro Felisberto de Figueiredo Marques.
Com a chancela do conhecido e talentoso actor José Rui Martins essa singela festa que pelo seu formato teve tanto de inédito como de simbólico, transformou-se a breve trecho numa espécie de reunião familiar e não foi por acaso que o promotor lhe deu o nome de “Noite dos Abraços”.
Sem conhecimento prévio de quem estaria presente no acontecimento, foi com estupefacção que o Felisberto, ao entrar, se viu perante uma plateia de Amigos entre os quais se misturavam cidadãos anónimos, familiares mais próximos, gradas personalidades civis e religiosas da cidade e ilustres figuras do Distrito, como foi o caso do Bispo da Diocese D. Ilídio Leandro que veio também abraçar o Amigo.
Estiveram também presentes membros do Rotary Clube de Tondela, do Rotary Clube de Viseu entre os quais o próximo Governador do Distrito Rotário 1970, Companheiro António Madeira, e o Presidente do Rotary Clube de Mangualde.
O significado da festa foi dado no início por José Rui Martins que explicou tratar-se apenas de recriar um ambiente familiar, uma sala de estar, onde o anfitrião receberia o abraço dos amigos vindos para lhe manifestarem a sua amizade. E assim foi…
Muitos vieram, e muitos foram os testemunhos de apreço, consideração e estima por um Homem que todos conhecem.
Homem de fé inabalável, íntegro, de trato fácil e afável, distribuidor de amizades e optimismo, solidário e sempre pronto a ajudar, exemplo vivo dos valores da Família, eis o retrato fiel do destinatário de todos os abraços trocados nessa noite inesquecível.
Em ambiente tão acolhedor, tão familiar, tão cheio de recordações e de espontaneidade não admira que em certos momentos a emoção, tivesse falado mais alto e fizesse com que alguma lágrima atrevida tivesse vindo também partilhar na festa!
Noite inesquecível como acima se disse, e que demonstrou mais uma vez que os nós sagrados da verdadeira amizade se fazem mais facilmente sob um humilde teto do refúgio de um pastor que no sumptuoso palácio de um qualquer rei.
Mais uma vez, os membros do Rotary Clube de Tondela num abraço conjunto, manifestam ao Companheiro Felisberto e sua Esposa, Companheira Isolinda, a sua amizade e gratidão por tudo o que nos têm dado, cumprindo exemplarmente o lema rotário pelo qual nos regemos: - “Dar de Si Antes de Pensar em Si.”
Para a ACERT, na pessoa do José Rui Martins, vão os nossos sinceros agradecimentos pela inesquecível “Noite de Abraços”, esse Hino à Vida, que proporcionou momentos de verdadeira amizade, ternura e até emoção em todos os que nela tomaram parte.