sábado, 31 de março de 2012

CHEGOU A PRIMAVERA








A primavera chegou ao meu quintal. As andorinhas já esvoaçam à volta do meu tanque-piscina e, em voos rasantes, molham o bico e levam gotas de água que ajudam na construção dos seus ninhos.
Já se ouve o cuco, há pardais por todos os lados e os melros soltam estridentes gargalhadas procurando o local onde edificar a sua “casinha”.
Uma camada de pó amarelado cobre a água do tanque – é aquilo a que chamam pó dos pinheiros que é na realidade uma mistura do seu pólen e de uma substância tóxica produzida por uma lagarta ou processionária, de seu nome técnico. Este pó entranha-se em tudo e tem um efeito nocivo nos humanos, causando-lhes irritações na pele, nos olhos e no aparelho respiratório.
Mas voltando à paisagem do meu jardim, as glicínias espreguiçam-se em cachos pelas latadas, as frutíferas mostram já as suas flores, há várias espécies de plantas a engalanar o jardim, só a buganvília, mais preguiçosa, apenas mostra as folhas verdes que começam a despontar.
O habitual zumbido das abelhas e outros insectos em busca do pólen, é também uma das características desta bonita estação do ano.
É este renascer da Natureza, esta explosão de cores - que se repete todos os anos - mas que em cada um deles me mostra novas coisas e me invade de ternas e indescritíveis sensações.

quinta-feira, 1 de março de 2012

DEVAGAR, DEVAGARINHO....

Sempre a sorrir, em eterna labuta
Com o tempo!...

Sempre a correr, sem parar,
Sempre em frente,
Indiferente,
Aos anos, que a correr, vão passando!...
Sempre a correr, em constante labuta,
Em eterna luta,
Eu vou correndo! …

E, já quase a parar, cansado,
De tanto correr, de tanto lutar,
Curvado
Pelo peso dos anos,
E dos desenganos,
Vejo o fim chegar!...

Mas mesmo assim, no fim do caminho,
Sem uma saída p’ra escapar
Vou caminhando, devagarinho…

E em pensamento,
E sempre a compasso
Vou estreitando o passo…
E sem parar,
Tentar,
Sem um lamento,
Chegar ao fim,
Mas devagar!...