A fotografia mostra um
espigueiro, uma construção muito característica dos meios rurais, mas que,
infelizmente, está em vias de extinção.
O espigueiro, na nossa região era
construído em granito e madeira e, geralmente coberto com telha. Quatro, seis
ou oito pilares em granito sustentavam a construção que, normalmente, tinha
duas portas, uma em cada extremidade. O corpo era feito com uma espécie de
aduelas e uma frincha entre elas deixava entrar o ar e o sol que faziam secar
as espigas. Constituía uma espécie de celeiro onde o lavrador guardava as
espigas depois de serem colhidas nos milheirais.
Ali ficavam, secavam e eram retiradas
conforme as necessidades do seu proprietário. Logo ao lado estava a eira, um espaço
construído com lousas onde as espigas eram descamisadas quando chegavam das
propriedades e que serviam depois quando secas no espigueiro, para a malha ou
extracção do grão da maçaroca.
Houve um tempo em que o milho era
a base da alimentação dos habitantes dos meios rurais. Porém, como tudo o que
diz respeito à agricultura, também o espigueiro está em vias de extinção. Os
que ainda resistiram ao “progresso” aí estão como uma espécie de monumento sem
história para os mais novos, mas repleto de lembranças para os mais velhos que
aí guardavam o pão para todo o ano. Pão granjeado com muitas canseiras, muito
suor, sempre sujeito às inclemências do tempo que por vezes num instante
destruía o trabalho de um anos. Mas o lavrador nunca desistia, trabalhava
sempre na esperança de ter boas colheitas. Era um tempo em que não havia
subsídios e por isso o pão tinha outro sabor…
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