terça-feira, 22 de janeiro de 2013

FOGÃO A LENHA E VELAS DE CERA


Depois de uma noite de chuva intensa e de ventos fortíssimos na noite de sexta, 18, para sábado, 19, derrubando árvores e causando imensos prejuízos, cerca das 12 h 30 de sábado, uma falha no abastecimento de energia eléctrica deixou tudo às escuras.
Espreitando pela janela, as rajadas de vento faziam vergar as árvores, fustigava-as e as laranjas atapetavam o chão. O cedro no quintal de baixo não resistiu e tombou sobre o muro…
Entretanto, cá em casa, a rotina alterou-se: com a falta de energia eléctrica, não havia, telefone, televisão, rádio, Internet, aquecimento e até os telemóveis deixaram de funcionar!
De repente, lembrei-me dos meus tempos passados sob os trópicos e da maneira como vivia sem ter necessidade das tecnologias de agora e como me precavia em alimentos e em tudo, pois só de mês a mês o barco no-los trazia!
A necessidade aguça o engenho e as lições que aprendemos ao longo da vida fazem com que, mesmo em situações de catástrofe, não percamos o norte.
E refugiámo-nos na cozinha, onde impera o velho fogão a lenha!  E pronto, estava resolvido o problema. Acendemos umas velas e ali ficámos quentinhos à espera da electricidade que só viria no dia seguinte, às 17 horas.
Foram 29 horas de escuridão… mas “sobrevivemos” sem televisão, sem telefone, sem Internet, isto é, sem as novas tecnologias. Com o fogão a lenha tivemos aquecimento, água quente, onde preparar as refeições e, ao mesmo tempo, tirámos de tudo isso grandes lições.
Uma delas foi a prova de que por mais inovações que apareçam, se pode viver recorrendo a práticas ancestrais, a objectos e utensílios tradicionais, como aconteceu neste caso.  
Uma outra lição e não menos importante é a de que devemos estar preparados para uma emergência como esta. E quem terá em casa velas ou lanternas, meios tradicionais de aquecimento, comida enlatada para evitar de abrir frigoríficos ou arcas, água potável e outros bens essenciais para uma sobrevivência de alguns dias?  Tenho estado a referi-me à falta de energia eléctrica, mas não devemos excluir quaisquer outras situações idênticas, como catástrofes naturais ou outros acontecimentos imprevisíveis.
A Protecção Civil, quanto a mim, deveria levar a cabo acções pedagógicas nesse sentido alertando os cidadãos para a necessidade de estarem prevenidos e acautelados para fazer face a tais situações.  





1 comentário:

  1. Excelente prosa, como se está habituado com este invulgar narrador. E, como sempre, em situações inesperadas, recorre-se ao tal engenho - das coisas consideradas obsoletas, mas sempre ÚTEIS! FOLGO EM SABER QUE EMBORA À LUZ DA VELA, MAS AFAGADOS COM A CLÁSSICA LAREIRA, A ELETRICIDADE VOLTOU. QUANTO AO CONSELHO FINAL, ESPERA-SE QUE SE APRENDA A LIÇÃO PARA SITUAÇÕES FUTURAS DAS AGORA GRANDES E FREQUENTES BORRASCAS. Abraço e votos de franca recupetação, meu caro, de uma capital que embora não atreita a nevões são agora mais frequentes! Sinal destes tempos de Estufa, avisos cada vez mais prementes sobre os danos que temos causado ao nosso ignorado Planeta! Gilberto

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