Depois de um sábado primaveril eis que o
Domingo acorda carrancudo acompanhado por um ventinho frio vindo da Serra da Estrela,
que lá ao longe se mostra vestida de branco.
São nove da manhã e, pela janela do
quarto, espreito a rua. Tudo é silêncio e quietude. Até as andorinhas, talvez
pela baixa temperatura, ainda não se mostraram. Da passarada, apenas no
cocuruto do azevinho arrulha um casal de rolas. Dir-se-ia um par de namorados
trocando juras de amor!...
Há pouco as badaladas dos sinos da
Igreja, reboando por estes campos desertos, anunciaram as cerimónias
dominicais. De algumas chaminés o fumo sobe em espirais e vai desenhando
figuras fantasmagóricas. Lá longe, estrelejam foguetes, lembrando que a Páscoa
ainda não acabou. É Domingo de Pascoela e a “Visita pascal”, o “Compasso “ainda
continua percorrendo as casas em aldeias dispersas pela Serra. Aqui em casa persiste
o cheiro característico dos folares. Folares modernos, sem aquele ovo no meio
previamente tingido com cascas de cebola!
Ah! Pascoa da minha infância já tão
longe!...
Sem comentários:
Enviar um comentário